Skip to content
Notícias Motociclísticas

Notícias Motociclísticas

  • Início
  • Notícias
  • Segredos
  • Matérias Especiais
  • História
  • Technik
  • Recall
  • Vídeos
  • Conceitos e Customizações
  • MotoGP
  • World Superbike
  • Road Racing
  • História

Há 20 anos: Alex Barros e Valentino Rossi davam show em Assen

Lucas Carioli 24 de junho de 2022




No GP da Holanda de 2002, o talento de Alex Barros ficou evidente para todo o mundo. Pilotando uma velha Honda de dois tempos, o brasileiro liderou praticamente toda a corrida tendo em seu encalço ninguém menos do que Valentino Rossi.

                                          Rossi tinha à disposição a novíssima RC211V de cinco cilindros.

Barros disputava aquela que é considerada hoje a sua melhor temporada no Campeonato Mundial, que pela primeira vez era chamado de “MotoGP”. Até então, a Categoria Rainha do motociclismo era conhecida apenas como “500cc”, devido à cilindrada máxima permitida para os motores dois tempos.

Em 2002, no entanto, o regulamento havia mudado. Devido às pressões ambientais e tecnológicas, a Dorna finalmente permitiu que as fabricantes alinhassem no grid máquinas de quatro tempos e um máximo de 990 cm³ de cilindrada, um terreno muito mais fértil para inovações do que as antigas dois tempos.

A Honda, que sempre acreditou mais nas motos de 4 tempos, trouxe à MotoGP a fenomenal RC211V, indiscutivelmente o melhor protótipo dessa nova era. Yamaha, Suzuki, Ducati, Kawasaki e Aprilia estavam apenas começando seus projetos, de modo que a marca nadava de braçada na época.



                                           Em 2002, Barros realizava a sua melhor temporada na MotoGP.

E não eram todas as equipes Honda que teriam a RC211V logo de cara. De início, apenas o time oficial utilizaria as máquinas. Enquanto isso, as satélites Gresini (de Daijiro Kato) e a Pons (de Barros e Loris Capirossi) ainda teriam que correr com a NSR500 de dois tempos, menos potente e sofisticada.

Campeã com Valentino Rossi em 2001, a NSR500, entretanto, ainda oferecia muita competitividade. Graças ao seu menor peso e ao caráter explosivo dos motores dois tempos, os pilotos conseguiam acompanhar as quatro tempos ainda meio desengonçadas em certas situações, como circuitos de baixa velocidade.

Isso, contudo, não impediu Valentino Rossi de vencer cinco das seis primeiras corridas do ano. Na época, o italiano era “apenas” o campeão de 2001, mas com tanta disparidade técnica, caminhava a passos larguíssimos para um fácil bicampeonato.

                                                       Barros e Rossi se afastaram do resto do pelotão.

Com o tempo de 2min01s691, o italiano arrecadou a pole position em Assen à frente de seu grande rival na época, Max Biaggi, Kenny Roberts Jr. e Loris Capirossi. Três décimos atrás, Barros abria a segunda fila, à frente de Carlos Checa, Tesuya Harada e Tohru Ukawa, o companheiro de Rossi na Repsol-Honda.

Na largada, Rossi partiu mal e caiu para quarto, atrás de Roberts Jr, Biaggi e Ukawa. O japonês não demorou a ceder sua posição, de modo que o italiano rapidamente estava disputando a ponta com os dois primeiros. Enquanto isso, Barros e Capirossi vinham apenas em sexto e sétimo, respectivamente.

Barros, no entanto, estava inspirado. O brasileiro ultrapassou Ukawa e logo em seguida superou Biaggi e Rossi praticamente de uma vez só no miolo do circuito. Na volta seguinte foi a vez do líder Roberts Jr. ceder a sua posição ao brasileiro, que assumia a ponta pela primeira vez. A briga envolvia sete pilotos.

                                                    Apenas nas últimas voltas, Rossi tomou a liderança.

Capirossi, que permanecera em sétimo tentou fazer o mesmo que Barros para ascender às primeiras posições, mas só o que conseguiu foi cair e ficar de fora da corrida. Enquanto isso, o campeão de 2000, Roberts Jr. perdia rendimento deixando Barros e Rossi mais afastados à frente.

Depois da driblada nas primeiras voltas, Rossi passou a observar melhor as linhas de Barros, que se mantinha à frente graças ao talento e a agilidade da Honda NSR500. Na reta, porém, a RC211V era assustadoramente mais rápida, parecendo ser de outra classe (o que não deixava de ser).

Os dois abriram uma grande vantagem para Checa, Biaggi e Ukawa, que seguiam juntos na disputa pela terceira posição, sete segundos atrás. Roberts Jr. já tinha quinze segundos de desvantagem em sexto e o resto do pelotão, tomado por motos de dois tempos, sequer aparecia evidenciando o quão impressionante era a pilotagem de Barros.

                                                      Foi a 45º vitória de Rossi no Campeonato Mundial.

Rossi só conseguiu dar o bote definitivo quando restavam apenas quatro voltas para o final da corrida. Mas Barros permaneceu próximo, cruzando a linha de chegada apenas 2s2 atrás do italiano. Longe dois dois, Checa completou o pódio. Como uma demonstração de relevância histórica, essa corrida é disponibilizada na íntegra no YouTube com o nome “MotoGP Classics – Assen 2002” e você pode assisti-la aqui.

Mais tarde, Rossi admitiu que tinha reserva técnica para superar Barros, mas confessou ter ficado impressionado com suas trajetórias, principalmente na seção mista do circuito. Os dois pilotos sempre mantiveram, desde então, uma atitude de respeito mútuo e quando vem ao Brasil, o italiano sempre pergunta pelo brasileiro.

Barros continuou disputando as primeiras posições ao longo de 2002 e seu desempenho motivou a Honda a apressar a construção de uma RC211V novinha para que pudesse disputar as últimas etapas do ano em igualdade de condições. A esperada vitória veio no GP do Japão. Mas essa é uma história para outra oportunidade.

Leia também
É tempo de GP da Holanda. Por que Assen é tão especial?
Honda RCV: uma história de sucesso na MotoGP
Quando Mike Doohan quase perdeu a perna e voltou para ser pentacampeão




Tags: Alex Barros Assen GP da Holanda História MotoGP Valentino Rossi

Continue Reading

Previous: É tempo de GP da Holanda. Por que o circuito de Assen é tão especial?

Leia também

É tempo de GP da Holanda. Por que o circuito de Assen é tão especial?
  • História

É tempo de GP da Holanda. Por que o circuito de Assen é tão especial?

22 de junho de 2022
Nogaro, 1982: como foi a última corrida sem uma Honda nos pontos?
  • História

Nogaro, 1982: como foi a última corrida sem uma Honda nos pontos?

21 de junho de 2022
Suzuki na MotoGP: uma história de idas e vindas
  • História

Suzuki na MotoGP: uma história de idas e vindas

5 de maio de 2022
Notícias Motociclísticas
Tweets de @N_Motociclistic
Notícias Motociclísticias© Todos os direitos reservados | DarkNews by AF themes.